Acabei de desembarcar em Adis Abeba, a capital da Etiópia, para cobrir a 37ª Cúpula da União Africana. No táxi, iniciei uma conversa com o motorista e, ao mencionar que sou brasileiro, ele imediatamente quis saber qual time europeu eu apoiava.
Respondi que era fã do Tottenham, mas para sua surpresa, ele expressou uma preferência pelo Arsenal, chamando o Tottenham de “ruim” e declarando que o Arsenal era o melhor. Curioso, perguntei por que ele era torcedor dos Gunners, e a resposta foi inusitada.
Ele explicou que quando começou a gostar de futebol, a JVC era a patrocinadora do Arsenal, e como ele tinha um videocassete da mesma marca naquela época, automaticamente se tornou torcedor do Arsenal. Durante o curto trajeto até o hotel, discutimos futebol, jogadores favoritos e trocamos provocações amigáveis.
Ao chegar ao hotel, notei diversas camisas do Arsenal no caminho e, durante os dias seguintes, continuei encontrando admiradores do clube. Em uma ocasião, um garoto com a camisa do Arsenal chamou minha atenção, e ao tentar conversar com ele, descobri que sua preferência pelo clube inglês se devia ao amor pelo Brasil e por Gabriel Jesus.
Enquanto cobria a cúpula, percebi a popularidade massiva do Arsenal na Etiópia, com camisas vermelhas por toda parte. Conversando com um grupo de angolanos, descobri que o Arsenal conquistou muitos fãs na Etiópia nos anos 1990, quando as transmissões de jogos europeus se tornaram populares no país.
O estilo de jogo envolvente do Arsenal, conhecido como “Invincibles”, contribuiu para a escolha dos Gunners como time preferido por muitos etíopes. Essa preferência foi passada de geração em geração, tornando-se uma tradição. O motorista Mike, que me levou ao aeroporto, confirmou a popularidade do Arsenal na Etiópia.
Durante minha breve exploração pela cidade, conheci Mohammed, um local que atribuiu a popularidade do Arsenal ao ex-técnico Arsène Wenger. Mohammed mencionou que Wenger era admirado na Etiópia por seu apreço pelo “jogo bonito” e por trazer jogadores africanos, como Adebayor, Toure e Gervinho, para o Arsenal.
Embora tenha surgido uma dúvida sobre uma suposta polêmica envolvendo Wenger e os africanos da Etiópia, não consegui obter detalhes precisos naquele momento. No entanto, uma pesquisa posterior revelou que Wenger ganhou admiradores na Etiópia ao mencionar a participação do país na Copa Africana em 2013.
Apesar de uma experiência de torneio decepcionante para a Etiópia, a resposta de Wenger parece ter contribuído para a crescente popularidade do Arsenal no país. Essa jornada revelou como personalidades como Wenger e eventos inesperados podem influenciar profundamente as preferências e paixões de pessoas ao redor do mundo.
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